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19 novembro 2013

Orgia







Lendo as manchetes dessa manhã, o sangue escorria. 

Naquele jornal o povo só sofria. Sofria só o povo. 
Uns com a geladeira vazia, a barriga à espera de um ovo.
Outro com o olho esbugalhado e o terno bem arrumado
prometia um futuro que não se via. 
Dois perderam os filhos, outros os dentes.
Dignidade faltava à maioria.

Naquele jornal o sangue escorria.

Na contracapa, um assassino na idade de ser menino.
 Era hora do café, devia ter ficado em jejum.
Em outra página morria mais um.
Diante do sofrer alheio, eu ali com a alma ao meio.
Pesada, carregada já cedo, sem medo, sem ter o que perder,
 me perdi no meio dessa (des)humana orgia. Bom dia.
 

Lê Fernand's




 
 

23 outubro 2013

Se correr, o bicho pega. Se ficar...







James Steinberg







Debater o tortuoso assunto "eleições" me deixa entre a cruz e a espada: anular um voto é rasgar o meu direito (ou melhor, minha obrigação) de escolha e decisão. E o que fazer diante de candidatos com o passado sujo? Quando escuto "a revolução deve ser feita nas urnas", penso em boicote, já que as opções para o Rio, por exemplo, são lamentáveis (Lindberg, Garotinho, Pezão e César Maia). O Brasil gosta tanto da terra do tio Sam, deveria copiar (também) o modelo de eleição de lá, onde os candidatos são previamente aceitos ou não pela população. Claro que os porquês de isso não acontecer são óbvios (chegaríamos a baixíssimos níveis de corrupção) e, diante deles, penso mais uma vez em boicote. Se ir para as ruas protestar é como "sair na mão" com o governo - levamos porrada, bomba, gazes e etc -, o revide deveria ser silencioso: anulação dos votos em massa. Todos. Mesmo que pela lei, segundo o TSE, o pleito não seja anulado (onde está a reforma política e eleitoral???), seria nosso grito sem emitirmos uma só palavra - estamos insatisfeitos. 

Mas infelizmente a realidade é outra, a máquina é forte e não deixa acontecer o troco, compra pessoas, comunidades e sobretudo a dignidade. Como eu não vendo o meu voto, ainda vou pensar direito no que fazer. Certamente não vou votar em nenhum desses e não, não vou sentir culpa alguma por ter jogado meu direito no lixo. Isso esse sistema já o fez há muito tempo. Mas que seria um lindo susto a anulação geral de votos em todo o estado, mesmo que não tenhamos para onde correr, ah, seria.


LEMBRANDO: Segundo o TSE, se, por hipótese, 60% dos votos forem brancos ou nulos, os 40% de votos dados aos candidatos serão os válidos. Basta um dos candidatos obter 20% mais um desses votos para estar eleito. E se fosse 100% de nulidade?


Lê Fernand's
RJ, 23/10/13






 


22 outubro 2013

Nota 0







via web






Registro o meu repúdio a certa emissora de TV brasileira pela posição irônica, tendenciosa e desumana a respeito do resgate dos beagles, do Instituto Royal, na semana passada. Para o jornalismo desse canal, é um exagero a "supervalorização" da vida desses cães e os ativistas são criminosos que merecem punições previstas no código penal. Ora, antes de emitir suas "filosóficas" opiniões, esse veículo  (voltado para classe C e D) deveria praticar o jornalismo corretamente. Para começar: ouvir os lados envolvidos - não só o instituto; Pesquisar e divulgar a existência e prática de maneiras alternativas de se desenvolver um remédio e/ou cosmético; Tentar, ao menos tentar ser imparcial. 

Tomar a posição de que é "legal" maltratar animais em nome da ciência é muito perigoso e a prova de que estamos muito, muito atrasados. Medo disso!


Lê Fernand's
RJ, 22/10/13





07 junho 2013

Eles querem o meu útero




O que vale mais, os direitos ou a (falsa) moral?





Hoje escrevo aqui.
Camila Sequeira, amora minha, valeu demais o convite!

06 junho 2013

Intervenção urbana












A arte agressiva e consciente de Eduardo Srur invadiu as ruas de São Paulo, despertando a população para os problemas da cidade. Vista por mais de 60 milhões de pessoas, a exposição com garrafas pet gigantes ocupou as margens de concreto do poluído rio Tietê por dois meses.


 
 
 

 












 
A obra continha: 20 peças de vinil, de 10 x 3m cada escultura, com ancoragem, cabos de aço e sistema elétrico com lâmpadas fluorescentes.














Ao final da intervenção, o material plástico foi transformado em mochilas desenhadas pelo artista Jum Nakao e doadas a escolas.










03 maio 2013