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23 outubro 2013

Se correr, o bicho pega. Se ficar...







James Steinberg







Debater o tortuoso assunto "eleições" me deixa entre a cruz e a espada: anular um voto é rasgar o meu direito (ou melhor, minha obrigação) de escolha e decisão. E o que fazer diante de candidatos com o passado sujo? Quando escuto "a revolução deve ser feita nas urnas", penso em boicote, já que as opções para o Rio, por exemplo, são lamentáveis (Lindberg, Garotinho, Pezão e César Maia). O Brasil gosta tanto da terra do tio Sam, deveria copiar (também) o modelo de eleição de lá, onde os candidatos são previamente aceitos ou não pela população. Claro que os porquês de isso não acontecer são óbvios (chegaríamos a baixíssimos níveis de corrupção) e, diante deles, penso mais uma vez em boicote. Se ir para as ruas protestar é como "sair na mão" com o governo - levamos porrada, bomba, gazes e etc -, o revide deveria ser silencioso: anulação dos votos em massa. Todos. Mesmo que pela lei, segundo o TSE, o pleito não seja anulado (onde está a reforma política e eleitoral???), seria nosso grito sem emitirmos uma só palavra - estamos insatisfeitos. 

Mas infelizmente a realidade é outra, a máquina é forte e não deixa acontecer o troco, compra pessoas, comunidades e sobretudo a dignidade. Como eu não vendo o meu voto, ainda vou pensar direito no que fazer. Certamente não vou votar em nenhum desses e não, não vou sentir culpa alguma por ter jogado meu direito no lixo. Isso esse sistema já o fez há muito tempo. Mas que seria um lindo susto a anulação geral de votos em todo o estado, mesmo que não tenhamos para onde correr, ah, seria.


LEMBRANDO: Segundo o TSE, se, por hipótese, 60% dos votos forem brancos ou nulos, os 40% de votos dados aos candidatos serão os válidos. Basta um dos candidatos obter 20% mais um desses votos para estar eleito. E se fosse 100% de nulidade?


Lê Fernand's
RJ, 23/10/13