Terra do contrário

Vitor Suarez Cunha, estudante de desenho

industrial, espancado por grupo de jovens ao

defender morador de rua, na Ilha do Governador, RJ.

Fazemos parte de uma grande comunidade onde: defender uma pessoa de espancamento rende muitos ossos quebrados e a absolvição dos infratores; o defensor de uma vida terá de se esconder, enquanto os marginais ganham a liberdade das ruas; as brechas da lei pisoteiam a dignidade e anulam a crença na justiça; um atleta tem que primeiro ralar muito, a maioria por conta própria, para poder desenvolver seu esporte, ganhar uma medalha olímpica, aí sim receber incentivos do governo, e quando recebe!; o dinheiro da educação vai para a prefeitura pagar 'contas' do carnaval; juízes fazem firula para julgar mais um escândalo de clara corrupção; traficante que suborna é absolvido; você tem que sair de casa com o dinheiro do ladrão, caso não queira correr o risco de apanhar ou morrer porque não tinha grana; gestos de carinho são vistos como hipocrisia; dirigir bêbado – com a possibilidade de matar - não é crime; estádios mega faturados são construídos porque 'copa não se faz com hospitais, saúde e escolas'; o calendário da capital do governo só tem um mês no ano, junho, das eternas quadrilhas.

Lê Fernand's